sábado, 1 de novembro de 2014

Enciclopédia Francesa: A Internet do século 18 (Part. III)

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Com o sucesso, os financiadores do projeto decidiram que o grupo deveria continuar trabalhando, ainda que quase às escondidas. As autoridades sabiam o que estava ocorrendo – espiões da polícia continuamente rondavam o escritório de Diderot, mas, como os livros não haviam sido publicados, não podiam fazer nada.

Os livreiros, satisfeitos com os ganhos que obtinham, esperavam uma ocasião mais favorável para voltar a imprimir e distribuir o resto da coleção. Ela chegou em 1766, quando Antoine de Sartine assumiu o cargo estatal de diretor de Comércio do Livro. Simpatizante do Iluminismo, Sartine combinou que os livros poderiam ser impressos fora de Paris. Em janeiro de 1766, os jornais anunciavam que o resto da Encyclopédie fora impresso na Suíça e que estava à venda. Parte da publicidade era falsa. Os livros foram fabricados em Paris mesmo, a portas fechadas, com os impressores cumprindo dupla jornada. Mas já não importava, o exaustivo trabalho havia terminado. A partir de 1766, os volumes restantes foram colocados à disposição do público. O último, com os artigos entre “Vénérien” e “Zzuéne”, foi entregue em 1772.

A Revolução Francesa, com seu lema de liberdade, igualdade e fraternidade, estourou 17 anos depois. A princípio, os iluministas identificaram no movimento as idéias progressistas que tanto haviam se esforçado para levar adiante. Mas o caráter violento que a Revolução ganhou com o tempo os mortificou. Partidários do cultivo das virtudes do espírito, os iluministas jamais poderiam perdoar qualquer tipo de totalitarismo.


A Obra:
Encyclopédie – El Triunfo de la Razón en Tiempos Irracionales, Philipp Blom, Anagrama, Colección Argumentos, 2004
460 páginas, 22 euros

Fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/enciclopedia-francesa-internet-seculo-18-435636.shtml (Acessado em: 01/11/2014)

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