Em 1921, poucos se aventuravam no estuário do Somme, menos ainda estrangeiros, jamais mulheres. Aquela tinha atravessado o Atlântico. Seu nome logo seria célebre: Bessie Coleman. Ela nasceu em 1892 numa família pobre de uma pequena cidade (Atlanta) do Texas.
Aos 23 anos, Bessie aspirava a uma outra vida. O sul não tinha nada de bom a lhe oferecer. Logo, fez uma viagem de trem de 20 horas e enfim, Bessie pode se instalar na casa do irmão, na Forest Avenue.
Bessie arrumou um emprego de manicure na Stroll. Entre dois clientes, ela se dedicava a seguir no jornal as façanhas dos ases da aviação. Qual não foi a surpresa de Bessie ao descobrir que na Europa não somente os negros, mas também as mulheres, pilotavam aviões. A manicure passou a ter um sonho: tornar-se piloto de avião.
Todas as suas tentativas para se inscrever em um curso de pilotagem fracassaram. Em desespero de causa, a jovem, apelou a dois de seus clientes habituais. O primeiro era Robert Abbott, homem de imprensa milionário. A segunda pessoa a apoiar a aprendiz de piloto foi o banqueiro Jesse Binga.
Depois de ter seguido cursos intensivos de francês em Chicago, Bessie deixou Nova York em 20 de novembro de 1920. Destino: Le Crotoy, onde se encontrava a escola dos irmãos Caudron.
Ao fim de sete meses, Bessie obteve com distinção o brevê tão esperado. Para completar seus conhecimentos, de junho a setembro de 1921, ela realizou cursos de acrobacia aérea com um ás da Grande Guerra, perto de Paris.
Foi como heroína que Bessie Coleman entrou novamente em sua casa, em Chicago. A partir de então, ela era um símbolo: a primeira pessoa de origem afro-americana a ter obtido uma licença de piloto. Os jornalistas se precipitaram sobre o cais para entrevistá-la. Bessie Coleman não se escondia mais. Seu projeto era abrir uma escola de pilotagem sem distinção de cor ou de sexo.
Em 30 de abril de 1926, durante um voo de preparação para um show aéreo em Jacksonville (Flórida), seu avião perdeu a estabilidade e ela, sem cinto de segurança, foi arremessada pelos ares. Bessie tinha 34 anos. Seu desaparecimento brutal não fechou a porta que Bessie havia aberto: a partir de então, toda uma geração de pilotos afro-americanos passaria por ela.
Fonte: >> ACESSADO EM: 21/09/14 <<
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